É como se houvesse dois espelhos à minha frente, dispostos em ângulo. Vejo uma parte de mim mesma na minha mãe que envelhece, e parte dela em mim. No outro espelho, vejo parte de mim na minha filha
(Neurarten & Datan, n.d., as cited in Gleitman, 1986, p. 718).
A meia – idade ou idade adulta intermédia ocorre entre os 40 até aos 60-65 anos e é nesta faixa etária, que ocorre o climatério feminino/menopausa.
Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial da mulher na meia-idade: ocorrem mudanças.
Desenvolvimento físico
Na meia-idade ocorrem mudanças físicas, ao nível do funcionamento sensorial e psicomotor, ao nível do funcionamento sexual e do aparelho reprodutor.
Desenvolvimento cognitivo
Na meia-idade, a inteligência fluida, entendida como a capacidade para processar activamente novas informações, diminui. No entanto, a inteligência cristalizada, que é a capacidade para lembrar e usar informações adquiridas, que depende do uso de informações armazenadas durante a vida, aumenta, durante e após esta etapa. A capacidade de resolver problemas práticos é considerada boa e pode atingir o seu apogeu nesta etapa do ciclo vital; já a capacidade para resolver problemas novos, não familiares, diminui (Papalia et al., 2000).
Desenvolvimento psicossocial
Nos finais do século XX, Hoffman, Paris e Hall (1994) referem que existiram mudanças sociais que se reflectiram numa mudança de papéis, sobretudo para a mulher. Esta deixou de ter o papel de dona de casa e passou a trabalhar, surgindo assim um maior interesse pela carreira, relegando o papel da família, mãe, para segundo plano.
Relativamente ao trabalho, os adultos na meia-idade, voltam a estudar para aperfeiçoar os seus conhecimentos, com o objectivo de efectuar uma mudança na carreira que estão a construir (Papalia et al., 2000).
Por outro lado, ao nível das relações familiares, com o protelar do casamento e da maternidade/paternidade, o casal de meia-idade, passa a ter filhos crianças, adolescente e adultos, que outrora só os teria adultos no processo de saída de casa. Com os filhos adultos e em processo de saída de casa, o casal de meia-idade pode vivenciar, o síndrome do ninho vazio ou período pós-paternidade (Lippert, 1997) e ainda vivenciar o síndrome da porta giratória (Papalia et al., 2000).
À luz da perspectiva sistémica e considerando o ciclo vital da família, Relvas (1996) salienta que a meia-idade é considerada a geração do meio, designada metaforicamente pela geração sanduíche, ou seja, é a geração que se encontra entre as exigências e necessidades dos filhos, assim como dos pais, que estão a envelhecer.